sábado, novembro 17, 2007

Dúvidas...
pretendo saber se serão sinónimo de evolução... ou tempo de reflecção?
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porque não se desfazem com a facilidade de uma qualquer matéria frágil?
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estas dúvidas...arrastam dolorosos pensamentos e caminhos sinuosos... sempre a divisão em dois...porque nos dão sempre esta divisão em dois?
Por um lado ou pelo outro...
aproximo-me...
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R.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Olhava na direcção do chão, enquanto o cheiro a farturas com canela invadia as minhas narinas. Ouvia crianças que riam e gritavam de euforia, junto dos seus pais.
Por debaixo da pala do meu chapéu vi uma menina.
Olhei outra vez, certificando-me se ela estaria mesmo a olhar para mim ou seria um mero acaso. A menina olhava para mim…
uma menina bonita e de olhos verdes, aparentava ter dez anos. Poderia ser minha filha se eu a tivesse feito com vinte e três. Bem, é possível. Ao lado, agachada, estava sua mãe, também ela bonita, para ser mais preciso, diria uma mulher exótica. Na brincadeira com a sua filha, deixava a descoberto o joelho esquerdo, nas suas formas arredondadas e a antever uma coxa musculada, talvez treine com regularidade.
Passei por elas e ouvi o meu nome... parei, olhei, e a mãe dirigiu-se a mim: -“Já não te lembras de mim?”. Não me lembrava, confesso que poderia ter sido uma das mulheres com quem privei, mas não me lembro dela. Disse que não me lembrava e segui caminho, com um sentimento de querer abraçar aquela criança que permanecia a olhar para mim com aqueles bonitos olhos verdes.

R.