sexta-feira, novembro 09, 2007

Olhava na direcção do chão, enquanto o cheiro a farturas com canela invadia as minhas narinas. Ouvia crianças que riam e gritavam de euforia, junto dos seus pais.
Por debaixo da pala do meu chapéu vi uma menina.
Olhei outra vez, certificando-me se ela estaria mesmo a olhar para mim ou seria um mero acaso. A menina olhava para mim…
uma menina bonita e de olhos verdes, aparentava ter dez anos. Poderia ser minha filha se eu a tivesse feito com vinte e três. Bem, é possível. Ao lado, agachada, estava sua mãe, também ela bonita, para ser mais preciso, diria uma mulher exótica. Na brincadeira com a sua filha, deixava a descoberto o joelho esquerdo, nas suas formas arredondadas e a antever uma coxa musculada, talvez treine com regularidade.
Passei por elas e ouvi o meu nome... parei, olhei, e a mãe dirigiu-se a mim: -“Já não te lembras de mim?”. Não me lembrava, confesso que poderia ter sido uma das mulheres com quem privei, mas não me lembro dela. Disse que não me lembrava e segui caminho, com um sentimento de querer abraçar aquela criança que permanecia a olhar para mim com aqueles bonitos olhos verdes.

R.

1 Comments:

At 11:31 da manhã, Anonymous Anónimo said...

e porque nao o fizeste?1
faz sempre o que te apetece para depoois nunca te arrepnederes!
bom fim de semana lindo!
beijoca!

 

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